quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As novas Panteras

 
Nos anos 70 e 80, “As Panteras” era um seriado de imensa popularidade no Brasil e no mundo, que atravessou gerações, tornou Farrah Fawcett um ícone e rendeu dois longas que contaram com grandes estrelas do cinema (Drew Barrymore, Lucy Liu e Cameron Diaz) nos anos 2000. Agora, a ABC decidiu preparar para a fall season uma nova versão das três agentes secretas que prometia inovar a fórmula e conquistar os EUA.

Para mim, que não sabia absolutamente nada sobre a série antes de assistir ao piloto, “Charlie’s Angels” começou muito bem. Por volta dos 10 minutos, surgiu um plot twist interessantíssimo, que me fez pensar “caramba, tá com tudo essa série!”. Um dos motivos da minha fé era o fato de que Drew Barrymore, uma das panteras da década passada, é produtora-executiva da série.


Eu não poderia estar mais errado. Não vou dar spoilers, mas eu realmente achei que o plot twist poderia render um megavilão para o seriado, uma temporada com roteiro inteligente e cheia de mistério. Mas não. O megavilão foi derrotado em menos de meia hora, em uma trama cheia de buracos e incoerências. As atuações das panteras são pífias e sem carisma.

E o Bosley? A pior parte. Os caras me põem um latino sarado que não faz ideia do que está fazendo para interpretar o braço direito das heroínas. O modo como fizeram isso teve, sim, sua graça, quando a pantera loira chama Bosley e a câmera foca um senhor de meia idade, meio barrigudinho, para depois nos revelar um cara sem camisa abraçado a duas mulheres que estão totalmente na dele. Mas a graça parou aí. O ator que faz o Bosley é tão ruim que anulou qualquer chance de aceitarmos esse Bosley galã.

Optando pelo formato “caso da semana”, os roteiristas acabaram fazendo um trabalho bastante preguiçoso. Nada contra os casos da semana, mas, como eu disse, eles tiveram uma boa ideia, que poderia render uma trama maior durante a temporada, paralela ao caso da semana, mas creio que isso daria muito trabalho e a possibilidade foi descartada. Assim, restaram roteiros rasos e, em boa parte do tempo, bastante chatos. As cenas de ação, em geral, são eletrizantes, mas tão mal encaixadas e com tantas forçações de barra que fica difícil imaginar alguém perdendo mais de 15 horas de vida pra assistir a uma temporada inteira. Nos filmes, vá lá, a gente sabe que vai acabar logo. Mas passar meses a fio acompanhando nada, não dá.



Achei que eu estava sendo duro demais e dei uma chance para “Charlie’s Angels”. Assisti ao segundo episódio, que conseguiu ser ainda pior que o piloto (embora a pantera loira e a pantera negra tenham parecido um pouco menos sem graça do que antes pra mim, mas a pantera... latina, acho, estava mais insossa do que nunca! Bosley, coitado, nem se fala...). Antes que me julguem, vou dizer: não me dei ao trabalho de decorar o nome de ninguém do elenco. Isso porque a série está predestinada ao cancelamento. Vou estranhar se, no terceiro episódio, a audiência, que já havia caído mais de 30%, não despencar ainda mais. Pobre Farrah Fawcett, deve estar se revirando no túmulo.

Enfim, acredito que, para conseguir conquistar o público, uma série precisa trabalhar para arrancar risos, lágrimas ou atiçar nossa curiosidade. As melhores fazem as três coisas. “Charlie’s Angels”, infelizmente, não consegue nenhuma delas. Dificilmente sobreviverá à primeira temporada.

domingo, 25 de setembro de 2011

A vingança de Emily VanCamp

 
O que acontece quando um grupo de indivíduos de caráter duvidoso destrói a pessoa que você mais ama e tira tudo de você no processo? Ainda não sabemos, mas parece que Emily VanCamp chegou com tudo pra nos mostrar em sua nova série. Ao menos, é o que a ABC promete. E, segundo ela, essa não é uma história de perdão.

“Revenge” conta a história de Emily Thorne (VanCamp), que na verdade é Amanda Clarke. Quando garotinha, Amanda morava feliz com seu pai em uma casa de praia, em Hamptons. Até que, um dia, sua casa foi invadida por uns caras que na minha cabeça pareciam ser da Swat (??), e ela, seu pai, e o cãozinho Sam foram retirados de lá à força. Amanda nunca mais viu o pai depois disso.

Aparentemente, tudo fez parte de um esquema planejado por Victoria Grayson (Madeleine Stowe). Pelo piloto, não dá pra entender o porquê, mas o pai de Amanda parece ter sido vítima de um complô que o transformou em um terrorista causador de um atentado que matou 270 pessoas.

A garota, então, ficou sob custódia do governo até os 18 anos, quando foi liberada. Nesse momento, ela é procurada por Nolan Ross (Gabriel Mann), o antigo sócio de seu pai, que acabara de morrer. Nolan explica que as coisas não eram bem como pareciam, e entrega a ela uma caixa, com mensagens do pai e evidências da armadilha em que caiu e quem estava por trás dela. Amanda, então, decide se vingar de um por um.

Ela muda de nome, se insere na comunidade de Hamptons, conhece a todos e inicia sua vingança. No primeiro episódio, a primeira pessoa já é riscada da lista de Emily, e percebemos que ela não está ali de brincadeira.

Boa parte do episódio é contada em flashback. A série, na verdade, começa ambientada na festa de noivado de Emily e Daniel Grayson (Joshua Bowman), cinco meses depois da chegada dela a Hamptons. Um assassinato ocorre na praia durante o evento e, antes de sabermos de quem é o corpo --que todos acreditam ser de Daniel--, a história passa a ser contada na cronologia correta.

Por enquanto, além de uma dose razoável de clichês, há muito mais perguntas do que respostas em “Revenge”. O roteiro parece promissor, mas o piloto não nos deu muita coisa para trabalhar. Confesso que, pra mim, isso soa como uma medida desesperada para impedir que a audiência caia no segundo episódio. Provavelmente funciona --eu mesmo não vou deixar de ver--, mas está longe de garantir algum atestado de qualidade para a série.



O grande revés de “Revenge” reside justamente na nossa (anti-?)heróina. Emily VanCamp fez um excelente trabalho em “Brothers and Sisters”, mas ela não tem 10% do carisma necessário para protagonizar uma série. VanCamp simplesmente não convence quando finge ser boazinha para os habitantes de Hamptons, tampouco quando dá uma de bad girl. Imaginem “Kill Bill” com uma menininha bonitinha e sem graça no lugar da Uma Thurman. “Revenge” é quase isso.

O resultado é uma subversão do papel dos coadjuvantes, que deixam de estar ali para dar mais cores ao universo da série e passam a ofuscar a protagonista, tornando-se mais interessantes e chamando mais a atenção do que ela –e digamos que os coadjuvantes nem são lá tanta coisa assim. Consigo visualizar claramente a personagem de Madeleine Stowe, extremamente carismática, roubando a cena e triunfando sobre VanCamp no fim porque a audiência terá preferido assim. Se “Revenge” fosse uma novela da Glória Perez, certamente esse seria o fim. Como não é, veremos.

Tenho visto na internet várias comparações com “Ringer”, de Sarah Michelle Gellar. E as duas séries realmente têm bastante em comum. Primeiro: belas protagonistas de caráter questionável. Segundo: é difícil imaginar o roteiro de alguma delas rendendo mais de uma temporada. Por fim, uma coisa é fato: as duas séries foram bastante “hypadas” por suas respectivas emissoras, e nenhuma atendeu às expectativas. A CW ainda tem a desculpa de possuir menos espectadores, o que significa um orçamento limitado para os shows. Não é o caso da ABC.

Embarcando um pouco nessa rivalidade, posso dizer que “Revenge”, apesar de ser muitas vezes parecer uma versão mexicana de Kill Bill, inova um pouco mais e é mais intrigante que a primeira. Entretanto, quando focamos nossa análise nas protagonistas, fica claro que Sarah Michelle Gellar não tem razão alguma para se preocupar.

sábado, 24 de setembro de 2011

A nova (?) Two and a half men


 
Quando foi confirmada a presença de Ashton Kutcher como substituto de Charlie Sheen em “Two and a half men”, a primeira coisa que pensei foi: “cara, que sorte desses produtores”.

Não que Ashton Kutcher seja o supra-sumo do mundo das séries, mas o fato é que uma substituição dessas, na altura de uma nona temporada de qualquer show, dá uma cara nova para o programa, e enche o tanque da produção para que ela consiga sobreviver por mais uns anos. A fórmula com Charlie Sheen já estava se esgotando, e um novo personagem é um ganho de fôlego para manter “Two and a half men” por mais dois ou três anos no ar, num cenário pessimista.

Aparentemente, eu não estava errado. Com quase 28 milhões de espectadores, a reestreia da série, com Kutcher no elenco, acabou se tornando o episódio mais visto da história (e olha que “Two and a half men” tem história!). E fez por merecer. O roteiro é criativo, divertido e, claro dá muitos tapas na cara do personagem de Sheen.

Tudo começa com o velório de Charlie. Muitas intérpretes de namoradas antigas do personagem, como Jenny McCarthy e Jodi Lyn O’Keefe, comparecem para bater (ou cuspir) em suas memórias, o que rendeu algumas das melhores piadas do episódio. Mas o melhor momento é mesmo o discurso de Rose (Melanie Lynskey), namorada de Charlie, que comenta que após pegá-lo no chuveiro com outra mulher, resolveu perdoá-lo, mas, “coincidentemente”, no dia seguinte, ele havia escorregado na linha do metrô e sido atropelado. “Charlie não sofreu. Morreu como um grande balão de carne”, explica ela, em performance divertida.

 
A reunião que decidia o que ser feito com os bens do personagem foi o momento que arrancou mais risadas de mim, graças ao bom roteiro que provocava interação entre Evelyn (Holland Taylor), mãe dos protagonistas, e Judith (Marin Hinkle), a ex-mulher de Alan (Jon Cryer). Lá, Alan percebe que não tem dinheiro para manter a casa, que será posta à venda.

A venda da casa abre espaço para personagens convidados, como Dharma & Greg (que saudade dessa série!), outra criação de Chuck Lorre, vividos por Jenna Elfman e Thomas Gibson. Os dois rendem uma cena deliciosa para qualquer nostálgico.

Segue, então, o único momento próximo de uma homenagem ao personagem que guiou a série por oito anos: uma bela cena de Alan se despedindo do irmão, já em forma de cinzas. Cinzas que, claro, também rendem momentos hilários quando Alan tenta decidir que destino dar aos restos do irmão.

Nesse contexto, surge o bilionário suicida Walden (Kutcher), que acaba fazendo amizade com Alan e, depois de algumas cenas de nudez desnecessária (mas nem por isso sem graça), ambos vão a um bar, onde Alan percebe que Walden não é nem um pouco bom com mulheres, totalmente ao contrário do falecido irmão.



Bem nesse momento, quando você pensa que o seriado vai ganhar uma cara nova, percebe que o episódio terminará com Walden fazendo sexo com duas mulheres e Alan chupando o dedo. Como sempre (aliás, até isso rende piada).

É aí que você percebe que “Two and a half men” vai ser exatamente a mesma coisa que era antes, mas com uma cara nova e um pouquinho mais de nudez. Kutcher segura a peteca, mesmo porque, como ator, é levemente melhor que Sheen (o que não quer dizer muita coisa, claro), mas está mais do que claro que as mentes por trás do show não querem mudar a forma como trabalham, tampouco seu produto.

Isso provavelmente significa que tudo vai continuar igual também para os espectadores: quem não acompanhava, não vai passar a acompanhar; quem via esporadicamente quando ligava a TV e “Two and a half men” estava no ar (meu caso), continuará fazendo isso; quem achava graça nas piadas pode até, por birra, fingir que parou de achar, mas elas serão exatamente as mesmas.

Apesar da ótima reestreia, a mudança de elenco só serviu para confirmar o óbvio: “Two and a half men” está ficando velha. E, apesar de não ter um grande efeito na prática, a substituição de Charlie Sheen não poderia ter vindo em melhor hora para retardar esse processo.

domingo, 18 de setembro de 2011

Ringer - Promessa ou decepção?



Oito anos depois de aposentar a personagem Buffy –por escolha própria, e não da produção do seriado--, Sarah Michelle Gellar não é mais nenhuma mocinha. Não tem mais o mesmo perfil de ídolo teen e a mesma forma para incorporar a protagonista de um seriado que criou um universo próprio, tornou-se “cult” e ainda tem grandes eventos com o elenco e encontros de fãs realizados por todo o globo.

Essa foi minha principal impressão ao fim do episódio piloto de “Ringer”, que estreou no canal norte-americano CW na última terça. “SMG não é mais a mesma”. E isso é bom.

Qualquer um que tenha visto, eu diria, as temporadas 4, 5 e 6 de Buffy (destaco a quinta temporada, com o incrível episódio “The Body” e o melhor season finale da série, “The Gift”) sabe que é inegável o talento da atriz tanto em cenas dramáticas quando nas cômicas.

E isso está explícito quando se analisa a protagonista da nova série, Bridget, uma personagem nada admirável, mas muito bem interpretada pela atriz. Gellar deixa claro já pelo olhar o que guia a personagem: medo, fraqueza. Muito diferente de sua irmã gêmea, Siobhan, egocêntrica, fria e extremamente forte. Isso também fica claro na interpretação da atriz. Basicamente, Ruth e Raquel chegaram aos Estados Unidos, mas sem o estereótipo chato de mocinha em Bridget, talvez pra compensar uma Siobhan bem mais “clichezenta” que a gêmea má brasileira. Mas isso é obviamente um problema de roteiro, não de Gellar, que rapidamente encontrou o tom certo para seu novo estilo em papéis de mulheres mais maduras que a caça-vampiros adolescente.



Essa dualidade entre as irmãs norteia todo o fraco roteiro do piloto. Sim, infelizmente, tivemos um primeiro episódio sem muita originalidade, e com algumas falhas complicadas de engolir. Primeiro: Bridget estava sendo perseguida por um assassino e pressionada pelo FBI para depor contra ele, o que provavelmente a mataria. Tudo bem, não dá pra dizer que há uma solução fácil pra isso, mas é difícil aceitar que a ÚNICA coisa que ela podia ter feito era tomar o lugar da irmã morta, né? Se você passar por cima disso, ainda vai ter que aceitar um universo de coadjuvantes extremamente mal explorado, com uma melhor amiga fútil e sem profundidade (Gemma, interpretada por Tara Summers), um amante que não diz a que veio (Henry, feito por Kristopher Polaha) e um agente do FBI que dá sono (Victor Machado, do overrated Nestor Carbonell). O único que salva um pouco é o marido de Siobhan, Andrew, interpretado por Ioan Gruffudd, mais conhecido por seu papel em “O Quarteto Fantástico”. O cara já deu sinais de ter segredos obscuros, o que despertou minha curiosidade.

Mas esse problema com personagens é um erro muito grave, porque sempre fui da opinião de que a qualidade de uma série é medida não pelo protagonista e pelo vilão, mas pelos coadjuvantes. São esses personagens de apoio que permitem que o roteiro saia do lugar-comum, e impedem que o seriado se torne maçante, com um plot único girando em torno da personagem principal. Buffy não seria o que foi se não fossem por Willow (Alyson Hannigan), Xander (Nicholas Brendon), Cordélia (Charisma Carpenter), Angel (David Boreanaz), Giles (Anthony Stewart Head), Joyce (Christine Sutherland), Dawn (Michelle Trachtenberg) e Faith (Eliza Dushku). Foi o bom desenvolvimento desses outros personagens que permitiu à protagonista crescer e aos espectadores amarem todo o universo de Joss Whedon, e não apenas a caçadora. E é realmente difícil vislumbrar isso em Ringer, principalmente com a mesma atriz interpretando as únicas personagens importantes até agora.

Outro problema: não há cliffhanger. Quer dizer, alguém realmente achou que Siobhan estava morta? Pode ser que os estadunidenses sejam ingênuos, mas aqui no Brasil estamos bastante calejados. Quando Ruth se passou por Raquel, em 1993, no fundo já sabíamos que Raquel estava viva. Anos mais tarde, situação similar aconteceu em “A Usurpadora”, exibida pelo SBT. Terminar um episódio piloto com a revelação de que a gêmea má não morreu não é nenhum convite a assistir ao segundo. É uma constatação do óbvio. Aliás, seria até melhor se isso não fosse revelado no piloto, e sim no próximo episódio. Aí talvez teríamos alguma dúvida, e algum cliffhanger. Mas sinto que a audiência vai cair consideravelmente nesta semana.

Passando pelo roteiro, temos o problema de produção. As cenas com as gêmeas juntas deixam a desejar, com exceção da dos espelhos, que ficou simplesmente sensacional! Novamente, ponto pra atuação de SMG aqui. Os efeitos ficaram fracos, e era muito fácil perceber a montagem. Mais uma vez comparando, em 1993 a Globo fez melhor que isso, então fica difícil dar algum desconto para a produção. 

 
E aí, temos a famigerada cena do barco, em que Siobhan “morre”. Claramente feita numa piscina, e provavelmente em um barco estático, a sequência quase não disfarçava a tela verde usada nos sets de gravação. Ficou ruim, não há outra palavra. Se um canal aprova uma série, o mínimo que ele precisa fazer é ter um orçamento que garanta a qualidade do piloto. Mas não foi o que aconteceu aqui.

Ainda assim, Ringer não pode ser considerada uma série ruim, e a boa atuação de Gellar é primordial para que essa afirmação seja verdadeira. E é compreensível que o enredo exigia um piloto acelerado, com muita informação e pouco detalhe. O que espero da série de agora em diante é uma pisada no freio, uma boa exploração do elenco disponível e menos centralização nas irmãs. E acho possível que essa expectativa seja atendida em uns 5 ou 6 episódios. Por isso, prefiro classificar a série como promessa, em vez de decepção. Aliás, alguém aí reparou na data de nascimento das gêmeas? Discretamente, acho que a produção sinalizou um episódio de aniversário vindo por aí ;)

Mas, apesar de ser uma boa promessa para a temporada de séries, por enquanto, Ringer ainda é apenas a nova série da SMG, e ela até segurou bem a onda. Só que só vai atrair fãs de Buffy, e a curto prazo. Resta torcer para que a CW, que afinal nos deu Buffy e Angel (além de outras séries já consagradas, como Smallvile e Supernatural), queira mais que isso.

quinta-feira, 3 de março de 2011

American Idol 10 - Top12 Girls

A última noite foi das meninas! E que noite! Com pouquíssimas exceções, o grupo feminino mostrou que vai dar trabalho pra rapaziada. Foi realmente difícil rankear essa lista (com exceção dos dois extremos, esses foram bem fáceis). Seguem os vídeos e a análise:

Ta-Tynisa Wilson – Only Girl in the World (Rihanna)



Conheçam Ta-Tynisa, a nova rainha das baladas… NOT! Tentativa inútil de ganhar popularidade com uma música contemporânea. Não foi boa, e, se ela não sabe que uma música dessas não é pra se cantar ao vivo (sério, certeza que a própria Rihanna não dá conta), que caia logo fora.

Naima Adedapo – Summertime (Ella Fitzgerald)



Naima foi pro lado oposto da Ta-Tynisa: um nome menos ligado ao pop atual. Uma escolha muito melhor, apesar de batida, porque ficou uma boa releitura na voz dela. Mas acho que falta alguma coisa na Naima, não sei direito o quê. E o look Iemanjá não ajuda, né?

Kendra Chantelle – Impossible (Christina Aguilera)



Kendra foi simplesmente a melhor apresentação solo, última etapa da fase do teatro, tendo levado o jurado Steven Tyler às lágrimas. Depois, em Las Vegas, desbancou todos os concorrentes nas apresentações em grupo ao lado de Paul McDonald. Infelizmente, a edição não deu a atenção devida à sua trajetória anterior ao top24, o que reduz drasticamente as chances de ela passar. Ainda assim, já era a minha favorita. Até que resolveu cantar Christina Aguilera ontem à noite. E o fez tão maravilhosamente bem, dando a “Impossible” a suavidade característica do jeito Kendra de cantar, que não tenho outra opção senão dizer: tá bom, Kendra, eu caso com você!

Rachel Zevita – Criminal (Fiona Apple)



Juro que achei que ninguém fosse me conquistar depois de ver Kendra cantando Aguilera. Mas eu estava errado. Rachel mostrou um lado mulher até então inédito, ficou excelente! Os vocais não fizeram jus à sua capacidade, mas quem se importa?

Karen Rodriguez – Hero (Mariah Carey)



Música mais batida, impossível. Até eu canto no videokê. Ela tentou dar um toque original cantando uma versão Spanglish, e foi uma tentativa válida, mas não ficou legal. É boa, mas faltou muito carisma pra chegar lá.

Lauren Turner – Seven Day Fool (Jully Black)



Eu não havia concordado com a ida da Lauren pro top24, mas mudei de ideia com essa apresentação. Achei muito boa, e comecei a concluir, a partir daí, que vai ser BEM difícil escolher só 5. Bons vocais, bom figurino, estilo próprio, enfim. Go, Lauren!

Ashthon Jones – Love all over me (Monica)



Seria a Ashthon uma ex-Destiny’s Child? Se não for, é gêmea! Achei moderno, ela tinha tudo pra cair no estereótipo de diva negra que só berra, mas não quis. Atitude ousada, visto que o público do Idol só gosta de cantoras teen ou divas berradoras. Até que gostei, mas saiba que a concorrência tá brava, Ashthon!

Julie Zorrilla – Breakaway (Kelly Clarkson)



A maior bola fora desta edição. Zorrilla tinha tudo: é bonitinha, fofinha, canta bem e havia conquistado boa parte do público. Era hora de cantar uma bela balada, bem leve, ou talvez até Breakaway mesmo, se ela tivesse se dado ao trabalho de fazer um arranjo mais suave. Mas, apesar da boa performance vocal, o arranjo não ajudou, o tom não ajudou, o estilo não ajudou. Enfim, Zorrilla decidiu tirar o pezinho que tinha dentro do top12. Talvez ela seja do tipo que gosta de desafios.

Haley Reinhart – Fallin (Alicia Keys)



Haley é inexplicável. Suas apresentações, boas e ruins, sempre eram destaques nas edições, mas, ainda assim, parece que o público não a engoliu tão bem. Acho que esse jeitinho dela que é meio sem graça. Só pode ser, porque ela canta bem, tem uma voz rouca bem característica e faz umas firulas bem Elza Soares style, o que é muito bom. Ainda assim, a falta de graça dela conta muito contra.

Thia Megia – Out Here on my own (Irene Cara)



Cantou muito bem, mas que performance entediante hein? Ainda assim, foi uma boa variada, fugiu do estereótipo teen e mostrou que tem mais a entregar do que parece, o que aumenta a vontade de investir nela.

Lauren Alaina – Turn on the Radio (Reba McEntire)



Lauren é ótima, tem uma baita voz, cantou muito bem, se movimentou bem, esteve à vontade no palco. Parece não ter defeitos. Parece... é, o problema é esse. Vejo nela bastante Kelly Clarkson (AI1), vejo nela Allison Iraheta (AI8), vejo nela até um pouquinho de Carrie Underwood (AI4)... e tenho muita dificuldade de ver nela a Lauren Alaina. Ainda assim, não dá pra ignorar uma performance dessas.

Pia Toscano – I’ll Stand by you (The Pretenders)



Ok, a produção deve ter visto os ensaios e os usado para determinar a ordem das apresentações, só pode! Pia Toscano foi simplesmente incrível. Até um certo momento, ela estava só “muito boa”, até que começaram os gritos. Todos impecáveis. Incrível como ela dominou a arte de berrar, voz impecável, afinação perfeita, enfim, tudo de que precisávamos pra fechar uma noite permeada de boas interpretações!

Concluindo, segue meu top12:

1) Pia Toscano
2) Kendra Chantelle
3) Rachel Zevita
4) Lauren Alaina
5) Lauren Turner
6) Thia Megia
7) Ashthon Jones
8) Naima Adedapo
9) Haley Reinhart
10) Karen Rodriguez
11) Julie Zorrilla
12) Ta-Tynisa Wilson

Acho que só vou acertar a Pia e a Lauren Alaina. Provavelmente entram Thia, Ashton e Naima além delas. Na repescagem, talvez a Kendra tenha chance, ou talvez a Rachel.

Bom, daqui a alguns minutos, saberemos! Boa sorte aos nossos favoritos! =)

American Idol 10 - Top12 Guys

O blog esteve em coma (e nada melhor pra deixá-lo em coma do que o último post), mas resolvi ressuscitá-lo por causa do American Idol, algo com o qual tenho me envolvido bastante e vou gostar de comentar.

Pra quem não sabe, a décima e atual temporada contou com uma revolução forte no júri. Além de Paula Abdul, que já havia deixado o programa na nona temporada, perdemos também as novatas Kara DioGuardi e Ellen Degeneres. E, para a felicidade geral de todos, o inteligentíssimo, porém extremamente mala sem alça do Simon Cowell resolveu deixar o show para se dedicar ao X-Factor (programa de calouros que é sucesso no Reino Unido) americano. Resta-nos esperar que o X-Factor seja um sucesso e que ele jamais dê as caras no Idol novamente.

O veteraníssimo jurado Randy Jackson agora divide a bancada com dois “novatos”: Steven Tyler, ex-Aerosmith, e Jennifer Lopez, o quadril mais famoso das Américas, pra Sheila Carvalho nenhuma botar defeito.

Ontem começaram as semi-finais, ou seja, o top24. Separados em grupo masculino e feminino, os 24 melhores cantores da temporada brigarão pelos votos dos americanos para buscar uma vaga no reality. Os 12 rapazes cantaram ontem à noite, e os cinco mais votados estarão garantidos no programa. Haverá, ainda, uma repescagem, mas não se sabe exatamente como ela funcionará.

Segue, abaixo, minha análise da noite, com direito a vídeos de cada um e minha colocação, no final. Lembrando que, se eu acertar metade, já ta bom, porque meus gostos nunca batem com os da maioria, já estou acostumado. O que importa é a torcida.

Clint Jun Gamboa – Superstition (Stevie Wonder)



Clint tem uma ótima voz e acabou fazendo uma performance bastante memorável. O problema é que o carisma é nulo. É chatinho, feio, não parece ser humilde e, mesmo sozinho no palco, quase desaparece, de tanta dificuldade que tem de se destacar.

Jovany Barreto – I’ll be (Edwin McCain)



Gosto muito do Jovany e de seu estilo latin lover, único nesta competição. Mas achei uma oportunidade desperdiçada, com uma música batida e uma performance sem erros, mas mediana.

Jordan Dorsey – OMG (Usher)



Vergonha alheia define essa performance. O que é bom. Jordan é um bom cantor, mas estava precisando baixar a bola. Vai tarde pra casa.

Tim Halperin – Streetcorner Symphony (Rob Thomas)



O cara é bom, se esforçou, mas estava claramente nervoso. Acabou fazendo uma performance mediana, que nada acrescentou à noite.

Brett Lowenstern – Light My Fire (The Doors)



Se você pegar os primeiros segundos da performance e assistir no mudo, ao som de Rita Lee cantando “Doce Vampiro”, vai parecer que é ele. Depois, agitou, melhorou e acabou saindo uma performance marcante. Mas, pra mim, não marcou o suficiente. Além disso, acho desnecessária essa coisa de “Ah, nem noto que mexo o cabelo”. Vá, isso não é uma coisa que uma pessoa faz sem notar.

James Durbin – You Got Another Thing Comin’ (Judas Priest)



Não gosto dele, não gosto dos agudos e, ao contrário dos jurados, acho sim que ele poderia ter maneirado mais. Ainda assim, não dá pra não tirar o chapéu pra essa performance. Foi incrível, o cara tava em casa no palco, animou a plateia, enfim, tem toda a pinta de Idol.

Robbie Rosen – Arms of an Angel (Sarah McLachlan)



Muita gente pode não gostar, porque não agitou, não mexeu com a galera, e hoje em dia parece que isso é o que tá em voga. Mas eu digo: nenhum desses caras consegue cantar uma balada com a profundidade do Robbie. É o único candidato capaz de nos dar a emoção necessária pra esse tipo de música.

Scotty McCreery – Letters From Home (John Michael Montgomery)



Scotty não teria chegado até aqui se dependesse unicamente da competência dele. Isso ficou claro ao longo do programa. Mas a verdade é que, mesmo não passando do arroz-com-feijão, ele tem uma voz absurdamente única, que ainda merece ser ouvida por muito tempo nesse programa.

Stefano Langone – Just the way you are (Bruno Mars)



Também gosto da vibe italiana do Stefano. Pelo histórico, ele tinha tudo pra ser um candidato comum e fazer uma performance apagada, mas se destacou de uma forma que poucos conseguiram. Ponto pra ele.

Paul McDonald – Maggie Mae (Rod Stewart)



É, de longe, a melhor imagem masculina da competição, e tem uma voz realmente só dele. Mas a performance foi uma coisa meio “não bebi a ponto de cair, mas confesso que meu equilíbrio tá meio afetado”. Não dá pra criticar a performance vocal, mas achei a movimentação bastante esquizofrênica.

Jacob Lusk – House is not a Home (Dionne Warwick)



Tem um puta vozeirão… mas só. Não gosto do estilo afetado, não gosto das firulas, dos pulinhos, dos figurinos e dos elogios gratuitos dos jurados. Sorry, Jacob, mas você tem que fazer muito mais que isso pra realmente cativar.

Casey Abrams – I put a Spell on you (Nina Simone)



Simplesmente inacreditável de tão perfeito!!!!! Nunca havia gostado dele antes dessa performance, mas o cara definitivamente me ganhou. Ao contrário de Jacob, Scotty e James, a voz do Casey não é maior que ele. Não, é ele quem domina a voz, e o faz com uma maestria invejável a qualquer outro candidato a Idol.

So, segue meu top12:

1) Casey Abrams
2) James Durbin
3) Scotty McCreery
4) Stefano Langone
5) Robbie Rosen
6) Jovany Barreto
7) Jacob Lusk
8) Paul McDonald
9) Clint Jun Gamboa
10) Brett Lowenstern
11) Tim Halperin
12) Jordan Dorsey

Mas arrisco dizer que passam, na real: Casey, James, Scotty, Jacob e Paul. E possivelmente Robbie leve a vaga da repescagem.

Aguardemos a performance das garotas! De olho, principalmente, em Kendra Chantelle, Pia Toscano, Thia Megia, Lauren Alaina e Rachel Zevita.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Poema intraduzível

Saudade da família, saudade da doçura.
Saudade das broncas, saudade da ternura.
Saudade das “brigas” pela melhor pizzaria.
Saudade do conforto e da eterna companhia.

Saudade dos medos, da insegurança.
Saudade de entender que não sou mais criança.
Saudade dos churrascos da época da escola.
Saudade de morrer de medo de jogar bola.

Saudade de ser, estar, ter e haver.
Saudade de quando eu aprendia pra valer.
Saudade do sucesso, saudade do louvor.
Saudade de ter tido um futuro promissor.

Saudade da mudança, da novidade.
Saudade da empolgação de uma nova cidade.
Saudade da amizade mais “por acaso” da história.
Saudade desse amigo, que sempre está na memória.

Saudade da “facul”, das sessões YouTube.
Saudade da turma, daquele nosso “clube”.
Saudade da vida que sempre pedi a Deus.
Saudade de ter tido amigos como os meus.

Saudade de quem me salvava do turbilhão.
Saudade de você, irmãzinha do coração!
Saudade dos cochichos com a luz apagada.
Saudade do amigo, saudade da risada.

Saudade do meu sorriso, daquela simetria.
Saudade de quem sabe como fui um dia.
Saudade de não saber o que era sofrimento.
Saudade de tudo, antes daquele momento.

Saudade de cada dia ser um aprendizado.
Saudade de sempre ter a solução ao lado.
Saudade do sucesso e fracasso compartilhados.
Saudade de quase nunca trabalhar calado.

Saudade de quem passou, saudade de quem ficou.
Saudade até mesmo de quem nunca me amou.
Saudade da união, sentir a amizade pura.
Saudade do recente, quanto será que dura?

Saudade de deitar, dormir abraçadinho.
Saudade de ter um colo, saudade do carinho.
Saudade, sim, de uma pessoa querida.
Saudade de amar como já amei na vida.

Saudade de querer que as coisas boas se concentrem.
Saudade de acreditar que tudo dura para sempre...

(Luiz Gustavo Cristino - 25/7/2010)