terça-feira, 20 de abril de 2010

Em Evidência - Aprendiz 7 Universitário

Blog voltando com uma bela sessão Em Evidência (que eu acho a mais legal de fazer). Levando em conta o quanto gosto de O Aprendiz, eu não poderia deixar de prestigiar (ou não) o programa após sua estreia, na última quinta-feira. Hoje, vai ao ar o segundo episódio do reality, que é o foco deste Em Evidência.



 
A estreia foi muito aguardada por todos, principalmente pela troca de apresentador. Sai Roberto Justus, entra João Dória Júnior. Assim, teoricamente, o público se ampliaria, já que aos tradicionais fãs do programa somariam-se admiradores de João Dória e a troca de apresentador repercutiu bastante na mídia, atraindo atenções para a estreia. Mas, aparentemente, não foi o que aconteceu. A estreia amargou os 7 pontos de média (índice BEM menor que as edições anteriores, que costumavam dar dois dígitos) e a maioria dos pontos fortes do programa foram retirados em nome do inovação que vem sendo cultuada pela produção em função da troca de apresentador.

Não há palavra que define melhor o primeiro episódio que “apatia”. O mal foi geral: apresentador, conselheiro, participantes, ninguém chamou muito a atenção, ninguém demonstrou personalidade e muito menos foi capaz de causar admiração por parte dos telespectadores.

Ao contrário da maioria, gostei bastante da nova abertura (tirando o fato de que a abertura foi veiculada após 52 minutos de programa). Achei dinâmica e com uma nova roupagem interessante. Mesmo a mudança na música tema do reality foi bem-vinda pra mim. A nova batida representa melhor o tom mais jovem que o programa adquiriu após a aplicação do tema universitário. Houve muitas reclamações em relação à ausência de áudio das falas dos participantes ao cumprimentar Dória, o que considero um absurdo, pois nenhuma abertura que se prezasse manteria tais áudios.

O mesmo vale para a edição. Na contramão das opiniões de fãs, achei boa, dinâmica e correta. Até foi capaz de enganar o espectador em relação à equipe que venceu (embora, depois que se assiste à sala de reuniões, fique claríssima a superioridade da vencedora). Acho importante a capacidade de surpreender, que era raríssima nas edições anteriores.



 
João Dória Jr., por enquanto, está muito verde como apresentador. Foi bastante robótico e claramente seguiu um script. Faltou carisma e personalidade. Embora o formato do programa tenha sido claramente mudado em função de sua filosofia de trabalho, sua postura não refletiu essa personalidade.

O conselheiro David Barioni embarca no mesmo caminho. Extremamente sem graça, recheou o programa com frases feitas e lições básicas até para o ensino fundamental, com pouca associação prática à tarefa executada pelos candidatos. Seu grande momento no programa foi a indicação da demissão, que demonstrou opinião firme e personalidade. Por enquanto, Barioni ficou na promessa, o que é bom, poderia ter sido bem pior.

Já Cristiana Arcangeli roubou a cena durante o programa. Com personalidade e interação forte com os aprendizes, Cristiana foi muito mais chefe e muito mais presente que o próprio João Dória. É verdade que exagerou um pouco, foi meio espalhafatosa demais nas entradas (na comunidade oficial do Aprendiz, o pessoal comentou mais sobre o botox da conselheira do que das coisas que eram ditas por ela), mas foi uma grata surpresa à falta de graça total da estreia do programa.

A maioria absoluta dos participantes ainda não mostrou a que veio. Sem dúvida, todos os apreciadores do programa devem agradecer de joelhos a Aimée, que foi extremamente polêmica, já que demonstrou dificuldade para lidar com as pessoas, insubordinação e arrogância, mas também teve atitude e iniciativa para expor boas idéias e fazer o projeto acontecer. Foi o grande destaque do primeiro episódio, e esperemos que ela continue por muito tempo no programa, ainda. Gabriela também demonstrou que entrou no programa como quem entra numa guerra, e sem dúvidas irá render. O terceiro e último cricri da estreia foi Conrado, que, por enquanto, é uma promessa, mas nada garantido.

Entre os bons de lábia, vejo Caio como o grande destaque. O rapaz conseguiu que um erro gigantesco cometido por ele passasse quase completamente despercebido por todos, com exceção do conselheiro David Barioni. Já os destaques negativos foram para Aílton e Rodrigo Spohr, que apresentaram desempenhos fraquíssimos, mas, cada um por um motivo, livraram-se da demissão.

A sala de reuniões, clímax das edições anteriores, foi a grande decepção da noite. Os participantes, que não sabiam ainda que perfil agradaria a João Dória, optaram por serem apáticos e deixarem a agressividade de lado. Desta forma, foi fácil prever o caminho pelo qual percorreria a discussão e qual seria a decisão final de Dória, que finalmente deixou clara a importância de se fazer uma boa defesa na sala, o que pode ajudar a melhorar o nível do programa a partir do episódio de hoje. Já a demissão, tristemente, foi emitida em um tom que mais parecia que Dória convidava a participante para um cafezinho, e não que a expulsava do programa. Decepcionante!

O Aprendiz 7 – Universitário foi um balde de água fria em todos os que aguardavam ansiosamente sua estreia e a prometida inovação. Com enorme escassez de figuras carismáticas, a dificuldade em manter o público ao longo de sua exibição ficou clara com a informação da queda contínua do ibope da Record. O número de pessoas que manteve a TV na emissora ao fim da atração era menor que a metade do número de pessoas que assistia ao seu início. No fim, o terrível programa A Praça é Nossa abocanhou a vice-liderança, enquanto O Aprendiz amargou um terceiro lugar bem disputado com a quarta colocada, a TV Bandeirantes. A tendência de todas as temporadas é cativar mais público à medida que a final se aproxima. Espera-se, portanto uma melhora de qualidade ao longo da temporada. Por enquanto, a incrível inovação, que, de acordo com a produção da Record, era tão necessária ao formato, não passou de uma promessa, e o fantasma de Roberto Justus continua assombrando o programa, com comparações constantes e saudosistas de fãs. Resta a eles torcer para que isso não dure muito tempo.